Há mais de 40 anos atrás, sentia satisfação e liberdade usando álcool. Logo em seguida somente o álcool não atendia mais a minha necessidade e, pouco a pouco, fui somando na minha agonia as drogas.

Foram períodos onde o que se destacou no meu caráter foi a manipulação das pessoas, as mentiras e a tentativa insana do convencimento alheio, tudo para esconder minha doença e continuar naquilo que imaginava ser inconsequente, sem maiores problemas.

Gradativamente fui caindo, perdendo e me complicando. Perdi minha sanidade, meu trabalho e minha família.

O que era satisfação se tornara no maior drama da minha vida. Todas as perdas vieram de forma cavalar. Mesmo assim, imaginava que poderia continuar convivendo com os alimentos da minha doença. Eram as formas de eu sair da realidade, de sonhar coisas que jamais se concretizariam.

Tornei-me violento, e autodestrutivo. Queria de alguma forma dar cabo da minha vida.

Busquei ajuda, mas não para parar com os meus vícios, mas para poder controlá-los, pois até então não admitira minha doença.

E as perdas continuaram. Cheguei além do fundo do poço, pois perdera o respeito das pessoas e a confiança que sempre fora a base das realizações, por menores que tivessem ocorrido ao longo da vida deste doente.

Havia perdido a fé. Meu orgulho não me fazia ver que eu era realmente um doente, dependente de drogas e álcool para viver.

Em determinada época, a beira de um suicídio, um fato viria a mudar minha vida. Após quase ter agredido minha ex esposa, expulsando-a da minha casa, apaguei após ter usado e bebido tudo o que eu consegui. Acordei no outro dia com uma das minhas filhas oferecendo-se a ir comigo em alguma comunidade de auto ajuda. Eu estava tão destruído, que aceitei de imediato. De outras vezes eu já havia estado em grupos, mas na época com o pensamento definido que eu apenas deveria saber controlar meu vício. Mas aquela vez era diferente de tudo. Havia destruído a vida da pessoa que eu amava, e estava convencido que eu era um monstro quando alcoolizado ou drogado. Eu era um perigo para a sociedade.

Naquele dia, assumi minha doença e comecei meu tratamento. Desde então, jamais voltei a me utilizar de álcool ou drogas. Vivo em eterna vigilância, buscando dia a dia a recuperação de todo o estrago que causei. Já voltei a ser amigos do mundo e de muitos dos que prejudiquei.

Aprendi que apenas o convívio e a troca de experiências entre doentes da dependência química, que pode operar o afastamento da agonia das drogas. Nada mais havia me dado a força e confiança que me fez me afastar.

Minha palestra é voltada para dependentes químicos, familiares e pessoas que tenham a convivência com pessoas portadores dessa doença, nas regiões de São Paulo Capital e Grande São Paulo.

Trago de forma dramática e ao mesmo tempo cômica, todas as agruras que vivenciei e como fiz para sair do inferno.

Posso não curar, mas levo a consciência que é plenamente possível recomeçar, que é praticavel se afastar e ter uma vida produtiva e socialmente estável.

Tenho o prazer de levar essa boa nova a todos os que necessitem.

Não invoco nenhuma diretriz religiosa, muito menos condeno quaisquer doutrinas que possam ajudar aos doentes, mas a experiência adquirida na agonia do vício me fez expert e um devotado a ajudar irmãos, famílias e amigos.

Espero que todos possam ter 24 horas de paz e sobriedade, mantendo essa prática dia a dia, passo a passo.

Entrem em contato comigo através do formulário. Terei o maior prazer em conversar com você.